6 - DESPORTO

Cascais é um concelho de enorme potencial desportivo, tanto pela sua tradição como pelas condições naturais excepcionais que oferece. No entanto, encontra-se hoje aquém do necessário: a área desportiva por habitante é de apenas 1,92 m², quando a recomendação do Conselho da Europa é de 4 m². Após mais de uma década sem investimento estruturante em novas infraestruturas, o concelho carece de equipamentos adequados, instalações reabilitadas e programas que democratizem o acesso ao desporto.

O desporto não é apenas competição: é saúde, inclusão social, identidade territorial e motor de desenvolvimento económico e turístico. Cascais precisa de recuperar o atraso, garantindo a todos os munícipes — desde as crianças até aos atletas de alta competição — oportunidades reais de prática desportiva em condições de qualidade.

  • Cascais deve retomar o investimento em novos equipamentos de grande escala — como o centro multidesportivo — mas também reabilitar instalações degradadas, garantindo que os clubes e comunidades têm condições dignas para treinar e competir. O objetivo é construir uma rede equilibrada de infraestruturas, próxima das populações e sem redundâncias.

  • A prática desportiva deve começar cedo e ser parte integrante da rotina escolar. A articulação entre clubes, escolas e juntas de freguesia permitirá criar programas continuados desde o 1.º ciclo, expandir o ensino da natação e abrir as instalações escolares à população fora do horário letivo. Este modelo promove hábitos saudáveis desde a infância e alarga o acesso às famílias.

  • Cascais deve apostar nas modalidades que melhor se adequam ao seu território e tradição como vela, surf, natação em águas abertas, triatlo, corrida, skate, ténis e golfe, bem como modalidades coletivas como o râguebi, o hóquei em patins, o vólei ou o basquetebol. Para além de reforçar a prática local, a organização de grandes eventos internacionais em cada uma destas modalidades permitirá posicionar Cascais como destino desportivo de referência e atrair novos praticantes.

    • Democratizar o acesso significa rever os apoios aos clubes, impedir mensalidades que excluam famílias e criar programas de incentivo à prática desportiva, incluindo plataformas digitais que motivem os cidadãos e iniciativas comunitárias em espaços públicos e praias. O desporto deve estar disponível a todos, independentemente da idade, da condição social ou do nível competitivo.

A visão proposta assenta em quatro eixos estratégicos:

Com esta estratégia, Cascais poderá reduzir a sua atual carência de áreas desportivas, fomentar a coesão social, melhorar a saúde da população e reforçar a sua posição enquanto concelho de excelência desportiva. Mais do que uma política sectorial, trata-se de afirmar o desporto como parte central da qualidade de vida e da identidade de Cascais.

    • Criação de um grande Centro Desportivo incluindo um estádio de futebol com pista de atletismo e bancadas parcialmente cobertas; campos de rugby, ginásio, circuito de manutenção; BTT, Skate park e campos de treino de outras modalidades ao ar livre, integradas num novo parque urbano. Localização a definir pelos Cascaenses em consulta pública entre as três seguintes localizações: final da A5/ entre a Areia, Birre e a Aldeia de Juso; Parque Natural/ Autódromo ou Adroana.

    • Instalar estruturas de apoio ao surf, como cacifos e surf-racks em Carcavelos, S. Pedro e Guincho.

    • Requalificar e dotar o Parque das Gerações das valências em falta, aplicando um modelo semelhante às freguesias de Alcabideche e S. Domingos de Rana.

    • Criar o primeiro Clube de Mar na Praia da Azarujinha (duches, cacifos e local de armazenamento para material desportivo comunitário: kayaks; paddleboards; pranchas de surf e bodyboard; equipamento de snorkeling; bóias para natação em águas abertas, etc). Depois de testado e afinado, replicar o modelo nas Praias da Parede e da Conceição.

    • Construir um complexo de Rugby Municipal para albergar a Escola de Rugby da Galiza e outras escolas do Concelho que manifestem interesse no mesmo.

    • Dotar de instalações de apoio condignas os campos de jogos onde estas são exíguas ou estão degradadas (Fontainhas, Carcavelos, Talaíde, entre outros). 

    • Implantar pequenos campos de jogos ao ar livre, preferencialmente integrados ou agregados aos espaços públicos e às áreas verdes de uso público.

    • Garantir que todos os clubes possam ter um "Campo Casa", onde para além de treinos recebam os seus adversários de diferentes escalões. Esta é uma questão critica nos clubes que dependem exclusivamente de pavilhões escolares (Futsal, basquetebol, voleibol, etc.) e é fulcral para a melhoria dos resultados desportivos.

    • Criar programas de prática desportiva continuada e federada desde o 1º ciclo, em coordenação com as escolas públicas do concelho, clubes e juntas de freguesia de forma a integrar o desporto no horário escolar.

    • Alargar o programa de natação nas escolas no sentido de assegurar uma aula de natação por semana, durante todo o ano letivo, a todos os alunos do 3º e 4º ano de escolaridade. Atualmente, existe apenas 1 semestre de natação grátis as crianças do 3º ano das escolas públicas. 

    • Abrir as instalações desportivas das escolas públicas à população do Concelho, durante os fins-de-semana e as férias escolares, estabelecendo protocolos com os agrupamentos escolares públicos e com escolas privadas.

    • Adotar o projeto UAARE (Unidades de Apoio ao Alto Rendimento na Escola) do Ministério da Educação, nas escolas do concelho.

    • Rever os apoios financeiros atribuídos a clubes e assegurar que os mesmos tenham critérios idênticos para todas as instituições, impedindo a atribuição de apoios municipais quando as joias de inscrição e mensalidades sejam de valor excessivamente elevado que restrinjam o acesso à prática desportiva (por exemplo, na vela, no ténis ou no golfe).

    • Garantir uma rede de clubes desportivos sem redundâncias e com sinergias com outros clubes ou associações desportivas.

    • Apoiar, anualmente, uma grande prova internacional de cada uma das modalidades individuais como vela; surf; natação em águas abertas; triatlo; corrida; skate; ténis e golfe, para captar novos praticantes dentro do Concelho.

    • Estabelecer no Mercado da Vila a prática de modalidade(s) desportiva(s) de baixo ruído, de forma a trazer vida ao espaço que permanece desocupado durante 5 dos 7 dias da semana.

    • Desenvolver uma aplicação para motivar os cascaenses a praticar desporto, com pontos e prémios associados, reativando a aplicação CityPoints (que podem passar por descontos em mensalidades nas modalidades praticadas; material desportivo; inscrições gratuitas em provas desportivas; etc).

Medidas de ação propostas: